Desenho

Valiosa coleção de desenhos de inquestionável qualidade artística, estão inscritos no universo temporal que vai do séc. XVIII à 2.ª metade do séc. XX.

Sobre a temática abrangente do “Corpo”, constam estudos de pormenor de figura até ao desenho acabado, desvelando as linguagens e coreografias do corpo, nu ou habitado.

Sobre o “Sagrado e o Profano”, os desenhos do MNGV ilustram ambas as tendências, com a continuidade de temas seculares até às composições mundanas, no decurso do séc. XIX e XX.

Para o século XVIII, o discurso iconográfico encena-se em torno das imagens humanizadas de Maria, de santos, apóstolo e anjos. Os desenhos preparatórios de fundamento religioso para obras de vulto são da mão de Vieira Lusitano e têm um caracter essencialmente descritivo. Os desenhos acabados de composição ou autónomos encontram em Domingos Sequeira o derradeiro fôlego de significado teológico.

Os desenhos que versam temas profanos constituem a maioria dos objetos do museu. Os conteúdos profanos dos desenhos dos últimos séculos não exibem a complexidade simbólica e iconográfica dos acima mencionados. Retratos, paisagens, temas históricos e de vida quotidiana que atraem o imaginário de artistas contemporâneos, de um naturalismo sensível e táctil, refletem o sentido cultural de uma nova sociedade.

A “Paisagem e narrativa”, nesta coleção vislumbram-se os contornos e a forma de um novo sentimento estético pela mão de Tomás da Anunciação, que transcreve num expressivo desenho elementos que habitam a natureza: animais e homens.

As composições prendem-se em narrativas de costumes apontadas com deleite, em temas extraídos da vida quotidiana, tipos simples que despertam emoções, fainas agrícolas. Retrato de um país mais rural que urbano.

O “Retrato”, o destaque vai para os desenhos de Columbano – que obteve fama de exímio retratista, tendo recebido e executado numerosas encomendas de clientes e personalidades ilustres do seu tempo – ainda que sejam estudos acabados para uma obra de vulto, e que tenham sido feitos na ausência do modelo vivo, conseguem reproduzir com fidelidade e vigor as personagens, captando na ficção do retrato a presença do modelo.

Com António Carneiro rompe-se definitivamente com o retrato de género de compleição convencional. Trata-se do registo íntimo do retratado em que o artista pretende comunicar a plausabilidade psicológica e a carga emocional do sujeito penetrando na sua essência, são testemunhos de uma relação de cumplicidade entre o artista e o modelo.

Espólio documental

Reúnem-se neste arquivo cerca de 1300 documentos, 17 livros manuscritos e 4 selos avulsos, abarcando uma cronologia que se estende dos séculos XIII ao XX, na sua maioria provenientes do cartório do cabido da Sé de Viseu.

Parte deste valioso património documental, que, contrariamente ao previsto, não transitou para o recém-criado Arquivo Distrital de Viseu (janeiro de 1932), foi dado a conhecer em 1955, no início da direção de Fernando Russell Cortez, quando o tenente e musicólogo Manuel Joaquim trouxe a público a notícia de um conjunto de cartas-missivas quinhentistas, de dois Antifonários e de um livro setecentista de cópia dos antigos privilégios do cabido, avançando desde logo com uma meritória tentativa de inventário de um conjunto de pergaminhos.

Vidro

A constituição desta coleção é na sua maioria de objetos de uso doméstico de meados do século XX, produzidos nas fábricas da Marinha Grande, que conjugam formas inovadoras e de inúmeras tonalidades.

Destaque para as peças de Jorge Barradas (1897-1971), datadas de 1930, produzidas na Marinha Grande, que acompanham uma tendência de reprodução e recriação de motivos portugueses, que já vinha sendo desenvolvida desde o início da década de 1920. Entre muitos outros artistas, a decoração do vidro pintado a esmalte, produzido na Marinha Grande, durante as décadas de 1940 e 1950, refletiu precisamente essas temáticas, evocando tradições regionais e nacionais através de aspetos do artesanato e do folclore de Portugal.

Seguindo de perto as técnicas de decoração dominantes nas fábricas da Boémia, as fábricas portuguesas adotaram uma enorme variedade de esmaltes coloridos na decoração das suas peças a partir da década de 1940. São escassos os exemplares na coleção, que surgem, de acordo com a exuberante gramática decorativa da Art Déco

 

Metais

Esta coleção tem particular importância pela presença de um significativo conjunto de alfaias de culto, com destaque para as cruzes processionais do séc. XIV ao séc. XVI, uma Caldeirinha em cobre do séc. XVI e pratos de oferendas do séc. XV, de latão, obras das oficinas de Nuremberga.

Gravuras

A coleção de gravura do museu é constituída por cerca de 50 obras. Destaque para as obras de Angélica Kauffman, produzidas pelo notável gravador Francesco Bartolozzi (Florença, 1727 – Lisboa, 1815).

Uma referência especial para a obra Patrulha de reconhecimento na terra de ninguém, de Adriano de Sousa Lopes enquanto oficial-artista do Corpo Expedicionário Português e o único pintor oficial do Exército em França nos anos de 1917 e 1918, com a missão de documentar a participação portuguesa na frente ocidental, que produziu no rescaldo do conflito.

Fazem ainda parte desta coleção, obras de José Contente, que se notabilizou no campo do desenho e da gravura, e uma interessante série de gravuras sobre Alfama de Attila Mendly De Vetyemy.

 

 

 

 

 

Informações

Museu Nacional Grão Vasco
Paço dos Três Escalões, Adro da Sé,
3500-195 Viseu
T.: +351 232 422 049 / 232 467 340
geral.mngv@museusemonumentos.pt
Diretora: Odete Paiva

Horário:
Abertura: 3ª feira a Domingo
10h00 – 13h00 das 14h00 – 18h00

Última entrada 30 minutos antes do encerramento.

Encerramento: 2ª feira | 1 de janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de maio, 21 de setembro (feriado municipal) e 25 de dezembro.

Gratuitidade de Acesso

Museu Nacional Grão Vasco gratuito em qualquer dia da semana.

Desde 1 de agosto de 2024, os portugueses e residentes em Portugal podem aceder gratuitamente a 37 museus, monumentos e palácios 52 dias por ano, a qualquer dia da semana, mediante apresentação do Cartão de Cidadão)
 

GPS: Lat: 40,66017370932212 Long: -7,910805347290761

Bilhete normal 8,00€

Bilhética geral MMP – consulte aqui
Bilhética on-line MMP – adquira aqui

Condições de ingressos no Museus e Monumentos da E.P.E.
(despacho nº 8030/2023) – consulte aqui

Isenções:

. Portugueses e residentes em território nacional – Voucher 52
. Crianças e jovens até aos 12 anos, inclusive;
. Visitantes em situação de desemprego residentes na União Europeia;
. Investigadores, profissionais de museologia e/ou património, conservadores e restauradores, desde que em exercício de funções;
. Membros do ICOM, ICOMOS e APOM e trabalhadores dos organismos tutelados pelo Ministério da Cultura;
. Professores e alunos de qualquer grau de ensino superior, incluindo Universidades Sénior e instituições de formação profissional credenciados, quando comprovadamente em visita de estudo;
. Grupos com comprovada carência económica;
. Membros de Grupos de Amigos dos MMP dependentes da Direção Geral do Património Cultural;
. Funcionários, voluntários e estagiários dos serviços centrais da DGPC ou dos MMP e um acompanhante;
. Antigos combatentes e para a viúva ou viúvo de antigo combatente, detentores dos cartões referidos no Estatuto do Antigo Combatente, aprovado no Anexo I da Lei nº 46/2020, de 20 de agosto;
. Visitantes com incapacidade comprovada igual ou superior a 60% e 1 acompanhante;
. Profissionais de turismo ou da comunicação social, incluindo as novas plataformas digitais, desde que credenciados e em exercício de funções;
. Visitantes em eventos corporativos ou situações ocasionais;
. Outras situações com enquadramento Legal
 

Descontos:

. 50% Visitantes com idade igual ou superior a 65 anos.
. 50% Jovens entre os 13 e 24 anos.
. 50% Bilhete Família (1 adulto mais um mínimo de 2 menores de 18 anos)
. 20% Protocolos com entidades terceiras
. 7,5% Aquisições superiores a 250 bilhetes.
. 10% Aquisições superiores a 500 bilhetes.
. 15% Aquisições superiores a 1000 bilhetes.

Normas gerais:

. É obrigatória marcação prévia para grupos superiores a 50 pessoas.
. Os vouchers emitidos na aquisição antecipada de bilhetes têm a validade de 1 ano.
. Os descontos de quantidade não se aplicam a Bilhetes de Circuito.
. Os descontos não são acumuláveis.
. É proibido fumar ou comer em qualquer local do circuito de visita.

Acessibilidade

Acessibilidade total a todas as áreas públicas para pessoas com mobilidade reduzida (elevador, acesso ao claustro para cadeira de rodas através do uso de tratorino).

 

 

Cafetaria

O espaço de CAFETARIA do museu dispõe de duas salas confortáveis, com uma decoração sóbria e contemporânea.
Este espaço tem lotação para 32 lugares sentados.

Horário de funcionamento:
3.ª feira: 14h00-18h00
4.ª feira a sábado:10h00-13h00 | 14h00-18h00
Domingo: 10h00-14h00 | 15h00-18h00

(atualmente não se encontra concessionada)

Para mais informações:
T. 232 422 049

 

 

 

 

Auditório

Espaço com 73 m2, pavimento revestido a granito, com capacidade para cerca de 80 lugares sentados e 100 em pé.
Possui equipamento audiovisual – computador, projetor e ecrã (4,5m x 3,5m).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

HISTÓRIA

MUSEU E COLEÇÕES

Um longo e interessante processo de apropriação do tesouro da Catedral, onde pontuava como referência primeira a pintura do mítico Grão Vasco, deu origem ao principal museu da cidade. O decreto que o instituiu, de 16 de Março de 1916, já na sequência de uma série de diligências de âmbito nacional e local com a mesma finalidade, não só prevê a criação de um novo organismo com a designação de Museu de Grão Vasco, como especifica que o seu acervo incluirá “os valiosos quadros existentes na Sé de Viseu (…) o tesouro do cabido da Sé, além doutros objetos de valor artístico ou histórico que possam ser cedidos e se torne conveniente incorporar no mesmo Museu”.

O contexto histórico das reformas republicanas, especialmente o que deriva da lei de Separação do Estado da Igreja, com o consequentemente arrolamento de bens eclesiásticos, configura a uma série de museus, então criados em distintos pontos geográficos do País, um pano de fundo comum. No entanto, será necessário inscrever esse contexto matricial, que aliás, e em rigor, se deverá fazer recuar a 1834, quando se extinguem as ordens religiosas e se assiste ao primeiro grande momento de nacionalização de bens, no plano das realidades concretas que a cada um assistiu. É que, ao contrário do que da determinação acima citada se pode inferir, no caso deste museu, e logo no início, não esteve em causa mais do que um simples processo de transferência de tutela dos bens em questão da Igreja para o Estado. Aspeto que não é de somenos importância se considerarmos que em causa estava a obra do Grão Vasco. Em primeiro lugar, porque as obras e objetos em consideração não só se mantiveram no espaço em que já existiam, isto é, nas dependências anexas da Catedral, designadamente na sala capitular e no piso superior do claustro, com acesso pela porta do templo, como se encontravam já “musealizados”. Em segundo lugar, porque os princípios que orientavam a redefinição da tutela para esses bens patrimoniais – a necessidade de os preservar a partir da consideração do seu valor histórico e artístico – procuravam, e muito especialmente neste caso concreto, legitimar apenas o processo de conversão do património da Igreja em Bens Nacionais.

Na verdade, a simples existência de um tesouro tem já implícita essa dimensão – o reconhecimento de mais-valias aos objetos que o constituem, designadamente artísticas, caso contrário não teriam sido conservados para além do seu uso. Tome-se como exemplo deste processo, nada linear e em si mesmo profundamente complexo, a obra do Grão Vasco.







Quando no séc. XVIII o cabido da Sé encomenda novos retábulos para as capelas laterais da cabeceira da Catedral, em substituição das pinturas de grandes dimensões, do S. Pedro e do Baptismo de Cristo, que ocupavam os altares da catedral de Viseu, iriam juntar-se a outras que em data anterior haviam sido já retiradas dos seus respetivos altares, foram então transferidas para a Sacristia do mesmo espaço catedralício, em cujas paredes se expuseram, com um sentido ornamentativo claramente assumido.

Com rigor, é possível considerar a existência de situações paramuseológicas na Catedral de Viseu, num período longo – pelo menos a partir do séc. XVIII – e que foi assumindo diversos contornos, mas não de um museu de facto.

Com a criação do museu, em 1916, apenas transitaram para outras dependências da mesma Catedral, nas quais se conservavam e expunham ao público os demais objetos, que assim davam corpo a um tesouro catedralício/ acervo museológico.

Francisco de Almeida Moreira, figura tutelar do processo da sua criação desde o primeiro momento, e nomeado seu diretor logo em 1916, lhe preconizava uma existência autónoma, não pode evitar um complexo mas necessário processo de demarcação de territórios. No primeiro roteiro que escreve e edita, logo em 1921, a circunstância do museu se encontrar instalado na Catedral parece não constituir um problema. Estruturado como instrumento de uma visita guiada, propõe uma deambulação pelo templo, sacristia, coro alto e claustro superior, mantendo não apenas estas designações como título, mas incluindo também uma abordagem explicativa quer da arquitetura, quer das várias peças que se inscreviam nesses locais, incluindo os que se mantinham ao culto.

O decreto do Ministério da Instrução Pública, de Junho de 1930, está na origem da partilha do antigo tesouro da Catedral por duas entidades distintas. Esta questão surge no âmbito do pedido de retorno de um vasto património móvel e imóvel à tutela da Igreja. Em 1932, um parecer da Comissão Jurisdicional dos bens cultuais, vem fundamentar, a legitimidade da existência do museu, ainda em parte instalado nas dependências anexas da Catedral, e defender a autonomia desse espaço até que fosse possível dar-lhes «instalação conveniente e definitiva».

Essa instalação, conveniente e definitiva, correspondeu ao Paço dos Três Escalões, contíguo à Catedral, ocupado por diversos serviços públicos à data de criação do museu. Vendo nesse edifício a possibilidade de assegurar a autonomia e dignidade necessárias às coleções, que de modo sistemático, e através de várias frentes, foi criando ou aumentando, Almeida Moreira havia dado início à sua ocupação já em 1923, após obras de remodelação de algumas das suas dependências.

A circunstância do edifício comunicar fisicamente com essas dependências facilitava o processo de articulação das coleções, ou assegurava alguma coerência ao percurso expositivo, como se percebe através do roteiro de 1935. Nesta data, expunham-se no museu “novo” as coleções “novas”, isto é, as mais diversas obras que Almeida Moreira foi incorporando, mas muito especialmente a coleção de pintura portuguesa sua contemporânea. A transferência definitiva do acervo, e com ela a efetiva criação do museu, só foi concluída em 1938 com a transferência da pintura do Grão Vasco e dos objetos do tesouro que com elas se mantinham na Catedral. Almeida Moreira, que viria a falecer em 1939, no ano seguinte ao da conquista da autonomia do museu, deixou constituídas, no essencial, as coleções. Se o papel do fundador e primeiro diretor foi de capital importância, seja pela conquista de um edifício autónomo para o museu, seja pelas importantes coleções que reuniu, foi com Fernando Russell Cortez, diretor de 1955 a 1983, que se reforçaram e valorizaram alguns dos núcleos mais significativos.

Num outro âmbito, seja do ponto de vista das preocupações de natureza conservativa, seja no plano dos critérios expositivos ou de conceções museológicas, designadamente no seu pioneirismo na área dos serviços educativos, o período da sua direção, ainda que injustamente considerando e avaliado em data imediatamente subsequente à da sua saída, revela-se pelas diversas memórias ainda vivas, e pela vasta documentação escrita e fotográfica, o mais inovador e interessante de todo o percurso histórico do museu. O roteiro que escreveu em 1969, é de fundamental importância para avaliar o modo criterioso e dinâmico como valorizou as coleções, que passou a expor fundamentalmente a partir de critérios de valoração estética. Através de aquisições, doações e legados, de âmbito institucional e particular, transformou a coleção de escultura, com a incorporação de exemplares em madeira e calcário dos séculos XIV a XVIII, numa das mais relevantes do museu. Na mesma linha, as coleções de cerâmica e de ourivesaria, que valorizou também do ponto de vista expositivo, foram muito significativamente ampliadas. Já num outro plano, no das museografias, foi também no período de Russel Cortez que se deu corpo a um projeto que, tendo em consideração a época, assume particular interesse. Ao arquiteto José Cid Tudela, conservador-ajudante do museu, coube o “arranjo da secção de escultura”, apresentado no primeiro número da revista Viriatis, de 1957. Trabalhando a partir da consideração de que à reconstituição de ambientes de época e lugar era preferível opor a criação de “fundos neutros, sem qualquer espécie de valorização que distraia do objeto da observação a peça em causa”, não deixou de reconhecer que seria fundamental “não sobrecarregar o ambiente com um número total de peças expostas que ultrapasse os limites de concentração do ambiente”.

Os anos setenta do séc. XX, tanto pelo número de visitantes, quanto pelas muitas considerações valorativas, correspondem de facto aos “anos dourados” do Museu Nacional Grão Vasco. Entre 2001 e 2003, o museu foi objeto de um projeto de intervenção da autoria do Arquiteto Eduardo Souto Moura, que libertou o interior dos muitos elementos apostos e desvirtuantes, e adaptou-o às exigências de um programa museológico novo, graças a uma visão da arquitetura contemporânea, que não apenas restitui ao Grão Vasco o seu brilho, ao expô-lo em permanência com um significativo conjunto de obras, e significativas também por cobrirem vastas áreas do património, como, por outro lado, restitui o pintor à sua cidade e, através dela, ao seu País e à cultura portuguesa.

 

 

 

 

 

 

Apresentação

Em nada surpreende que o pintor Vasco Fernandes, celebrizado no decurso dos séculos com o epíteto Grão Vasco, seja a referência maior, na designação e nos conteúdos, do museu de Viseu. Fundado a 16 de Março de 1916, justamente com a finalidade de preservar e valorizar “os valiosos quadros existentes na Sé de Viseu (…) o tesouro do cabido da Sé, além doutros objetos de valor artístico ou histórico”, o Museu Nacional Grão Vasco teve nas dependências da Catedral, sensivelmente até 1938, o seu primeiro espaço.

A Francisco de Almeida Moreira, seu fundador e diretor, deve-se a ampliação das coleções, bem como a conquista progressiva das galerias do edifício contíguo à Catedral, o Paço dos Três Escalões, que à data da fundação do museu acolhia ainda diversos serviços públicos.

A coleção principal do Museu é constituída por um conjunto notável de pinturas de retábulo, provenientes da Catedral, de igrejas da região e de depósitos de outros museus, da autoria de Vasco Fernandes (c. 1475-1542), o Grão Vasco, de colaboradores e contemporâneos. O acervo inclui ainda objetos e suportes figurativos originalmente destinados a práticas litúrgicas (pintura, escultura, ourivesaria e marfins, do Românico ao Barroco), maioritariamente provenientes da Catedral e de igrejas da região, a que acrescem peças de arqueologia, uma coleção importante de pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, exemplares de faiança portuguesa, ourivesaria, porcelana oriental e mobiliário.