Uma das virtualidades da coleção de pintura deste museu é a de permitir enunciar os principais momentos, movimentos e protagonistas da história da pintura portuguesa.
Com o objetivo de mostrar as obras do pintor Vasco Fernandes, o Grão Vasco, que se encontravam na sacristia da Sé de Viseu, que após reforma do altar-mor da catedral e das capelas laterais para ali foram deslocadas, é fundado o Museu Grão Vasco através da perseverança de Almeida Moreira, seu primeiro diretor.
Depois deste núcleo outras obras de artistas da região vieram juntar-se às obras maiores do período dos “Primitivos portugueses”, com o recurso a pontuais aquisições e pedidos de depósito, designadamente ao Museu Nacional de Arte Antiga.
A forma esclarecida com que o primeiro diretor deste Museu organiza esta coleção a partir do inestimável valor do conjunto da pintura renascentista, que teve redobrados cuidados sendo mobilizado por elevados critérios de escolha das obras dos séculos XVII a XX, pretendendo assim criar um acervo museográfico abrangente, que permitisse a possibilidade de incorporar peças de valor relevante de pintura de épocas posteriores, para as colocar cerca das de Vasco Fernandes. Tendo mesmo, em 1917, recebido o primeiro conjunto de obras provenientes do Museu Nacional de Arte Contemporânea, ampliado através de aquisições em salões, leilões e diretamente aos artistas, constituiu assim uma interessante e significativa coleção de pintura do século XIX-XX.