Da expressiva coleção de escultura, e de cronologia mais recuada, designadamente dos séculos XIII, XVI e XV, o coleção permite, com alguma exemplaridade, evocar o vasto reportório iconográfico cristão da Idade Média.
A escultura em pedra dominara a produção a partir das oficinas de Coimbra, o Cristo Ressuscitado, do século XV, saída destas oficinas, de surpreendente beleza física, e a dimensão humanista desta figuração é sem dúvida representativa da interpretação da espiritualidade dos últimos séculos da Idade Média.
A coleção inclui um vasto conjunto de imagens sacras dos séculos XVII e XVIII, que permitem colocar em destaque as características essenciais da produção artísticas destas centúrias.
O impulso renovador que o classicismo renascentista conquistou para a escultura de vulto em Portugal foi breve e pouco consequente, as características mais eruditas da conceção plástica da forma disseminaram-se no século subsequente.
A renovação da escultura de vulto em Portugal dá-se por via da atividade de escultores italianos e franceses na primeira metade do século XVIII. A um dos principais escultores estrangeiros que se fixou em Portugal no período pedrino-joanino, o francês Claude Laprade, o cabido da sé de Viseu encomendou três esculturas para os retábulos laterais – duas ainda in situ – e a escultura de Santa Ana e a Virgem, executada em 1723, apeada anos depois, Ainda deste período, assinala-se a presença de inúmeras imagens de vulto pleno, de santos bispos e de santas franciscanas e mártires, da produção de oficinas lisboetas, provenientes, na sua maioria, das extintas congregações religiosas da capital.